Em Goiás pelo menos 15 cidades que estão com investigações em andamento feitas pelo Ministério Público do Estado (MP-GO) sobre casos suspeitos de fura-fila na vacinação contra a Covid-19. As irregularidades são, em sua maioria, para beneficiar autoridades, familiares e pessoas que trabalham com profissionais da saúde.
O MP-GO já arquivou uma investigação por falta de indícios em Crixás e confirmou um caso em Pires do Rio, onde o secretário municipal de Saúde, que tomou a dose também deu para a esposa. Ele foi afastado, assinou acordo de não persecução penal, teve de pagar multa de R$ 50 mil, além de ter de prestar cem horas de serviço no Hospital Municipal da cidade.
Existem ainda duas outras cidades - Caçu e Leopoldo de Bulhões - que possuem investigações abertas relacionadas à vacinação contra o coronavírus, mas as promotorias não informaram se são de casos suspeitos de fura-fila ou não, nem qual o estágio da investigação. A assessoria de imprensa do MP-GO reforçou ainda que exista a possibilidade de outras cidades possuírem investigações de casos semelhantes abertas. A filtragem das cidades com procedimentos do tipo instaurados é complexa, pois não existe um controle centralizado.
Nesta quinta-feira (11), o MP-GO divulgou a investigação que está sendo feita no município de Orizona. Na lista de vacinação divulgada pela prefeitura consta o nome de personal trainers, médicos veterinários, funcionários públicos, agentes públicos e até mesmo o do próprio secretário municipal de saúde. O promotor responsável, Lucas César Ferreira, informou que a lista ainda está sendo analisada, mas que não param de chegar ligações da população na promotoria indicando mais nomes que estariam irregulares. O secretário municipal de Saúde, Renato Cunha, informou que o município está seguindo rigorosamente as determinações do Ministério da Saúde.
Em Nova Veneza ocorreu algo parecido. O titular da Secretaria Municipal de Saúde, Dejair José do Carmo, chegou a admitir que recebeu a dose da vacina.
Fonte: Jornal do Vale